segunda-feira, 6 de junho de 2011

eye of the storm


molhe-se nas lágrimas choradas pelas nuvens
sinta-as salgadas pela imensidão dos oceanos

as nuvens estão lamentando
há algo que as fez tristes
e elas não irão parar até estarem exauridas

os oceanos, como a memória de um elfante
por toda sua vida lembrarão das histórias em que nuvens imensas
uniram-se em uma tempestade e esbravejaram com vozes ferozes como trovões
e dentes afiados como raios partindo o céu

sem hesitar os oceanos acatam esse pranto
o sol reaparece e nasce um dia no mesmo dia
após uma escuridão como a da noite trazida pela tormenta
dois começos em um
os raios de sol partem o que restam das nuvens e rasgam para um novo dia

você, sentado na varanda de sua casa, que assistiu a todo o desabafo da terra
reclamando o que é seu
sente-se aliviado por ter acabado
inspira os ar fresco que está ascendendo com cheiro de grama
e olhando para tudo isso, pensa consigo que existem coisas erradas
coisas que precisam mudar, coisas que acabou de ouvir
coisas que a natureza bradou a plenos pulmões
e você não escutou.

mas a culpa não é sua, não sinta-se culpado
não era para você escutar e muito menos entender.
era a sua natureza recebendo um comunicado de sua mãe
e essa natureza em você entendeu o recado.

um dia, quando novamente a natureza mostrar seu lamento
através de raios e trovões encobertos por chuvas de lágrimas
deixe essa flor dentro de você desabrochar
abra esse canal, permita essa voz inaudível de dentro de você falar
não faça questão de entender
apenas seja o meio entre essas duas grandezas imensuráveis

quando você se for, elas ainda estarão aqui dizendo tudo que você jamais entendeu
contando como as histórias se repetem
e os espectadores vêm e vão cheios de pressa.

então, antes que tudo acabe
aqueça-se ao sol e deixe que ele seque suas lágrimas
o mesmo sol que relembra e cria nuvens que choram

de olhos fechados, eleve seu queixo
sinta a carícia do vento
e sorria em resposta de volta para o horizonte

domingo, 5 de junho de 2011

art


the curse of a blank page
the uneasiness of a silent moment

these occasions
that makes us create something
are precious

how does it make you feel?

when we face this situations
and we create stuff of our own
we are just taking a piece of us and giving it away
it's a beautiful gesture

creations are proof of selflessness
the gift of donating oneself
presenting the other with a boon

spread your seeds around
share in this moments part of you
there will never be an absence in you
others will fill you as they feel you

bless the blank and silence
their grace ables us to reply with greatness

answer the curse
fulfilling it with the only thing you have
pieces and parts of yourself
create and donate